Archive for the 'Entrevistas' Category

05
Out
07

À conversa com Double Damage

Double Damage são uma banda promissora de Rock progressivo da Margem Sul. Já cá falamos deles mas quizemos saber mais sobre este projecto e metemo-nos à conversa com o vocalista da banda, Fred.

Metal Stage – Como é que nasceram os Double Damage? Quem sao os Double Damage?

Fred – Os Double Damage nasceram de um projecto de covers chamado Shotgun do qual eu (Fred Nogueira) e o Pedro Almeida faziamos parte. Nos tornamos grandes amigos e nos apercebendo que as idéias coincidiam, resolvemos começar a compor temas originais.

Hoje somos:
Fred Nogueira – Vocais e baixo no estudio
Pedro Almeida – Guitarras e programações
Carlos – Bateria
João – Baixo live

Metal Stage – Para quem não vos conhece como descreves o vosso som?

Fred – A nossa idéia foi compor um rock híbrido e contemporâneo, com muito cuidado na escolha das melodias e em que todo o processo de criação fizesse sentido. Desde a escolha do nome, design do logo, escolha das harmonias, arranjos, melodias, timbres, é tudo escolhido e estudado. Nada é feito ao acaso.

Metal Stage – Mas atendendo à tendência das pessoas em categorizar tudo em que género vocês acham que aproximam mais? Rock/progressivo ?

Fred – Pode se dizer que sim, Alternativo/Progressivo

Metal Stage – A vossa demo “These days”, como é que nasceu? Foi gravada em que estudios? Em que condições?

Fred – Foi gravada directamente no computador. O Pedro tem muito jeito e bom gosto para as cenas. Nem mesa de mistura temos, costumo dizer que foi uma produção no-budget…

Metal Stage – Pois. Poucos meios e uma grande vontade de gravarem algo para se promoverem. Certo?

Fred – Podes crer, força de vontade e grande esforço sempre estiveram presentes em tudo, desde o principio…

Metal Stage – Essa demo está a ser distribuida pelo publico em geral? Se alguém estiver interessado em adquirir a vossa demo é possível? Que terão que fazer?

Fred – Ainda não fizemos a demos em quantidade suficiente para distribuição ao publico, somente para a promoção junto à imprensa especializada, rádios e editoras mas se alguém estiver interessado aqui fica o nosso e-mail para contacto doubledamageband@gmail.com
A demo tem o custo de € 5,00 mais os portes.

Metal Stage – Dizes que estão a tentar promover a demo junto dos média e das editoras, como têm sido a reação?

Fred – Bastante positiva, apesar de termos começado a pouquíssimo tempo. Concluímos os trabalhos de composição e gravação recentemente.

Metal Stage – Mas houve alguma resposta de alguma editora sobre a possibilidade de um futuro lançamento?

Fred – Houve o convite da Matchbox Recordings, para promover a nossa musica mundialmente à partir de Novembro. Quanto ao tão esperado lançamento do álbum, não

Metal Stage – Falas da compilação “Stay in a box”, como surgiu essa possibilidade?

Fred – Participaremos da compilação “Stay in the box” da Matchbox onde estarão as bandas consideradas por eles como revelação (melhores bandas independentes) fomos convidados por um dos managers da Editora Will Sherman, ele ouviu a musica “No control” e nos contactou por e-mail. O mais engraçado é que não mandamos a demo para eles, ele nos encontrou no MySpace.

Metal Stage – Em termos de concertos como estão os Double Damage?

Fred – Até uns dias não tínhamos banda… eu e o Pedro fazíamos tudo….Por volta de 1 mes e meio atrás e depois de muitos testes o Carlos e o João começaram a ensaiar connosco e finalmente os Double Damage se tornaram banda…

Não foi fácil encontrar os musicos certos para o nosso som Esperamos começar em breve com as actuações ao vivo e participação em festivais e concursos

Metal Stage – Queres dizer que não houve até á data nenhum concerto?

Fred – Desde a conclusão dos trabalhos de composição e gravação (Princípios de Setembro 2007), não. O projecto é muito recente. Mas estamos abertos a convites.

Metal Stage – Retomando a uma questão anterior, até que ponto achas que a colaboração na “Stay in a box” vos pode ser favorável?

Fred – A compilação será distribuida em milhares de lojas pelos Estados Unidos e Inglaterra. Será enviada a dezenas de “Major Labels” com a qual a Matchbox trabalha directamente, a musica “No control” vai estar disponível nos principais sites de downloads como Itunes, novo Napster, Amazon entre outros. Estaremos em airplay em mais de 10 rádios britânicas (online e não só). serão publicados reviews em revistas do género.

A publicidade do álbum será feita em todos os meios de comunicação incluindo a MTV.

Metal Stage – Queres dizer que pode servir como trampolim para conseguirem um acordo com uma label?

Fred – Creio que é como jogar no Euromilhões, se não jogas a mínima probabilidade passa a zero… E quem recusaria um convite desses??? Acho que qualquer um quer a sua musica espalhada por aí…

Metal Stage – Pois, até porque a vossa ideia é antes de fazerem nome em Portugal é conseguirem carreira lá fora, não?

Fred – Dificil responder a isso… O problema é que, analisando friamente as coisas, é muito dificil acreditar no futuro aqui dentro. Principalmente com o nosso género de musica…
Até agora só tivemos feedbacks de fora, a nossa musica esteve a dar numa radio canadiana por exemplo. Também é um pouco cedo para comentar, o trabalho de promoção está a começar…

Até mesmo no MySpace notas que os comentários da malta estrangeira é muito mais expansivo.

03
Set
07

À conversa com: PitNoise

Com ano e meio de existência e com um álbum na bagagem para a viagem chamada carreira, os PitNoise demonstram sonhar em atingir um patamar de relevo no mapa da música em Portugal.

A Metal Stage partiu à descoberta da banda e conseguiu uma animada conversa com três elementos da banda: O vocalista Johny (João) e os guitarristas Bruno e Ricardo.

Fica aqui o resultado:

Metal Stage – Os Pitnoise apesar de ser uma formação jovem já tem sofrido algumas alterações. Como explicam essas alterações? E já agora, expliquem de forma sintetitizada a historia dos Pitnoise.

Ricardo – Penso que as alteraçoes de serem devido a motivos profissionais q cada um dos ex membros tinha.

Johny – Como o Ricardo disse, as alterações que surgiram foram por motivos ou profissionais ou pessoais, dependendo da pessoa.

Ricardo – Cada um deles tinha a sua ocupação e infelizmente como não podemos viver da musica até agora eles optaram por deixar a banda e seguir outro caminho. Pois isso é o mal de muita boa banda nacional.

Metal Stage – Mas vocês sentem que actualmente têm uma formação mais estável?

Johny – Sim, completamente. E não só mais estável, a qualidade melhorou a olhos vistos.

Ricardo – Completamente

Johny – Ganhamos sempre bastante, com cada nova “aquisição”, chamamos-lhe assim.

Ricardo – Já tivemos tivemos 3 alterações na banda e sempre que os substituimos foi para melhor.

Metal Stage – Mas acham que haverá as constantes mudanças no line-up que se verificou nos primeiros tempos?

Johny – Não, achamos que agora encontrámos a estabilidade. E esperamos que esta formação se mantenha por muito muito tempo. A haver alguma saída será inesperada.

Ricardo – Além de termos um bom ambiente entre todos. Um pouco nesta nesta linha.

Metal Stage – Como é que nasceram os Pitnoise?

Johny – Os PitNoise nasceram de um conceito simples. A vontade de fazer algo original, iniciar um projecto de originais. Todos nós tínhamos passado com outras bandas, de covers ou originais e juntamo-nos para isso.

Ricardo – Os PitNoise surgiram de um convite que o Nuno, o nosso ex-guitarrista com o o qual já tínhamos tido outro projecto, nos fez.

Metal Stage – Que bandas por exemplo?

Johny – No meu caso eram os Mutual.
No caso do Ricardo, e corrige-me se estou errado Ricardo, os T2R2 e os Claybulls. Certo?

Ricardo – Certo. No meu caso tinha um projecto que estava de acordo com as minhas influencias musicais, mas era um projecto sem ambição e decidi sair para formar os Pitnoise juntamente com o Johny e o Tiago, o baterista.

Johny – No meu caso a banda acabou por falta de disponibilidade de alguns membros que não levavam o assunto tão seriamente como eu.

Metal Stage – Como é que tem sido este ano e meio?

Johny – Tem sido na minha opinião, o melhor ano e meio que já tive. Estou a fazer o que gosto, e com pessoas que gostam tanto disto como eu a desenvolver um projecto de raiz. Com todas as nossas influencias juntas. É claro que tem dado muito trabalho, despesa e algumas chatices, mas n o trocava por nada. Que dizes tu Ricardo?

Ricardo – Creio que em ralação a algumas bandas nossas conhecidas temos evoluido de uma maneira bastante rápida.

Johny – Sim esse facto é também importante

Ricardo – Estamos conscientes que ainda temos um caminho longo a percorrer e temos muitas coisas a melhorar, mas o balanço é extremamente positivo. Tem sido muito bom trabalharmos todos nisto.

Metal Stage – Quais têm sido as maiores dificuldades que têm encontrado?

Johny – Eu diria que as maiores dificuldades encontram-se na falta de apoio, e no termos de lutar nesta luta completamente sozinhos. Além de que são muitas as pessoas que não nos levam a sério devido a termos só um ano e meio e nem sequer se dão ao trabalho de nos ouvir ou de nos ir ver primeiro

Metal Stage – Falta de apoio de que parte?

Johny – Falta de apoio ao nível por exemplo, de locais onde poder ir tocar, de organização de eventos ou mesmo apenas de divulgação. Sites e rádios também.

Ricardo – Sao as dificuldades que quase a maior bandas de nosso pais passam.

Johny – Se não fossem sites como o vosso acho que não chegávamos a lado nenhum. Felizmente, apesar de tudo, ainda temos tido alguma sorte de encontrar certos apoios nalguns lugares que não esperávamos a partida.

Ricardo – Sim rádios como ja vimos acho que dão preferência a musica estrangeira, muitas vezes de nível inferior à que se faz cá no nosso pais.

Johny – Pois o problema é mesmo esse, há um descrédito geral pela musica que é feita em Portugal. Não precisamos de ir muito longe para comprovar isso. É quase preciso fazer sucesso no estrangeiro primeiro para nos darem valor por cá e na maioria dos casos foi assim que aconteceu.

Metal Stage – Acreditam então para que uma banda portuguesa tenha crédito em Portugal tem primeiro de criar nome no estrangeiro?

Johny – Gostava que não fosse assim, mas nalguns casos é a verdade.

Bruno – Vários mesmo.

Johny – Em número de rádios ainda assim passámos em mais portuguesas, mas em termos de dimensão de rádios, a maior dimensão que atingimos foi sempre no estrangeiro.

Bruno – Há casos de bandas portuguesas que, sendo conhecidas há vários anos lá fora, acabam por fazer o 1º concerto em território nacional bastante mais tarde.

Johny – É um assunto complicado. Mas acho que os portugueses são um pouco assim, custa às vezes dar valor ao vizinho do lado.

Ricardo – É um bocado difícil de explicar por vezes que chegamos a não saber muito bem o que as editoras pretendem de nós.

Johny – Apesar de estarmos conscientes de que temos muito trabalho pela frente às vezes custa-nos não ter aquele empurrãozinho necessário.

Metal Stage – É também um percurso natural, afinal ainda têm pouco mais de um ano e só recentemente conseguem manter uma formação mais consistente…

Ricardo – Exacto, vamos trabalhando nisto com calma e com cabeça.

Metal Stage – O vosso nome é no mínimo original. Como surgiu este nome?

Johny – (Risos) Isso é simples, quando a banda se iniciou éramos quatro membros apenas e andávamos a procura de um nome, achámos vários que pensámos ser espectaculares e muito bons. Mas cada vez que os procurávamos pela internet já existiam. Um dia, alguém se lembrou de juntar, a ideia do Pit que é o nome que demos à cave onde ensaiamos, ao barulho (noise) de que os vizinhos se queixavam de ouvir em casa deles. E dai PitNoise. Como é óbvio esse nome não existia e assim ficou.

Metal Stage – Como é que descrevem o vosso som, a quem nunca tenha ouvido Pitnoise?

Bruno – Ui (risos).

Johny – Um Rock temperado com várias especiarias (risos). Nós próprios temos dificuldades em nos definir. Sabemos que tocamos rock, mas variamos alguma coisa de musica para musica. Foi assim que nascemos, tentando conciliar os gostos musicais.

Ricardo – Mas essencialmente acho que nos enquadramos no Rock, umas vezes mais comercial outras vezes mais Hard.

Metal Stage – Mas sabem que as pessoas normalmente têm aquela tendência de categorizar a musica por género e fala o Johny em Rock com várias especiarias. Que especiarias seriam essas?

Johny e Ricardo – (Risos)

Johny – Então mantendo essa ideia, parva e original… (risos)

Ricardo – Creio que ele fala de influências.

Johny – Especiarias que vêm do metal, do Indie, do Hard-Rock, de todas as bandas que nos influenciam pessoalmente e como banda em geral. Não esquecendo o Punk-Rock, claro.

Ricardo – Quando fazemos as musicas tentamos sempre misturar as influencias de cada um.

Metal Stage – Essas influências, vão de onde até onde?

Johny – Ui, acho que cobrimos os extremos. Temos a nossa membro mais softzinha que é a nossa vocalista Chris

Ricardo – Cada um de nós tem estilos diferentes.

Metal Stage – Por exemplo o Bruno pela alcunha (Petrucci) deve ter influências mais dentro do metal…

Bruno – Sim, a nível pessoal as minhas influencias sao, principalmente, guitarristas virtuosos do genero do Petrucci, Vai, Satriani , a nivel de bandas, Dream Theater, definitivamente. Portanto o Rock/Metal progressivo é o que me corre nas veias.

Ricardo – No meu caso as minhas influencias sempre foram dentro do Hard-Rock, Metal. Embora oiça um pouco de tudo.

Johny – Eu basicamente sou a desgraça da banda porque oiço mesmo tudo (risos). Desde Artic Monkeys, passando por Funeral for a Friend, indo de novo a Clap Your Hands Say Yeah, passando a Trivium e de vez em quando recuando aos meus tempos em que não conhecia o mundo da musica além dos ritmos do hip-hop (maus tempos…. muito negros….) ouvindo quem sabe um Kanye West. Mas não tenho muito orgulho nisso (risos).

Metal Stage – Diriam então que a vossa musicalidade, ora mais soft, ora mais pesada é o resultado de influências tão abrangentes?

Johny – Sim, completamente.

Bruno – Sim e penso que as vezes algumas criticas se prendem com o facto de os 2 extremos se afastarem muito, daí a grande dificuldade em caracterizar o nosso som.

Metal Stage – Algum tempo após a saida do Ep e com alguns concertos acumulados já devem ter uma ideia do feedback quer do público como da critica especializada. Qual é a vossa percepção desse feedback?

Ricardo – As criticas tem sido bastantes positivas.

Johny – Tanto o publico como a critica especializada, dá-nos o credito pelo trabalho e apreciam o nosso som. É também da opinião da critica que temos ainda caminho a trilhar mas não é nada que não saibamos já.

Ricardo – Dizem-nos que o nosso som é bastante audível, a dificuldade surge em sermos enquadrados dentro de um estilo, por questões que falámos anteriormente. O publico tem gostado essencialmente das musicas que temos em português.

Metal Stage – Ainda no seguimento da pergunta anterior. Como é que estão a promover o vosso EP?

Johny – A promoção tem sido complicada dado ser uma edição de autor

Ricardo – Tem que ser feita por nós.

Johny – Baseia-se nos concertos, na venda dos Ep’s e na procura de mais e mais rádios onde passar o nosso som e mais e mais profissionais que avaliem esse Ep tentando que ele chegue cada vez mais longe. Acho que um grande passo na promoção foi a passagem pela Best Rock FM.

Ricardo – E as pessoas que estão presentes em quase todos os nossos concertos tem ajudado muito também, transmitindo umas às outras.

Metal Stage – Mas sentem que o vosso nome está muito mais difundido na Grande Lisboa, ou já está atingir outros focos do pais?

Johny – Sei que existem alguns focos noutras partes do país nomeadamente na zona de Viseu e de Coimbra devido a algumas rádios locais que nos apoiaram desde inicio.

Ricardo – Na margem sul, talvez seja o sitio onde somos mais conhecidos.

Metal Stage – No norte por exemplo ainda são praticamente desconhecidos…

Johny – Sim, somos. Assim como no grande sul, vulgo Algarve. São regiões mais complicadas de atingir, mas esperamos lá chegar este ano.

Metal Stage – Mas isto resulta do facto de primeiro quererem criar nome na margem sul e depois expandir a vossa legião de fãs?

Jonhy – Mais ou menos. É também mais complicado de conseguir certos eventos noutras partes do país do que conseguimos garantir na nossa zona. Todo o processo de management e divulgação é feito por nós.

Metal Stage – Também porque têm mais facilidade em conseguirem concertos na vossa zona, não?

Johny – Claro esse aspecto é também importante. Para muitos donos de espaços, se não falarmos pessoalmente eles não ligam, não tomam atenção ou não respondem e isso torna todo o processo mais complicado.

Metal Stage – Dos vossos concertos efectuados, alguns foram organizados por vocês. A que se deve isso?

Bruno – Fazer pela vida (risos).

Johny – (Risos) É um pouco isso, os convites não surgem facilmente, para uma banda que não tenha a visualização de uns Fonzie ou de uns The Gift e nós tentamos fazer o que podemos com aquilo que temos. Nomeadamente para estes concerto que foram organizados por nós foram sempre festivais que quisemos organizar para tentar levar o nosso nome. Um passo à frente.

Bruno – Na minha opinião, o mercado musical está um pouco absorvido pelas bandas de covers actualmente daí que as bandas de originais tenham perdido um pouco do seu espaço a nível de bares.

Johny – E há ainda o problema de haver certas e determinadas zonas do país onde as pessoas não têm o hábito de ir ver um concerto de vez em quando, ou ir conhecer uma banda nova. Aqui na margem sul ainda temos alguma sorte nesse aspecto, também porque é uma zona muito rica em trabalhos musicais e nova musica portuguesa e talvez todos gostemos de avaliar “a concorrência” ou apenas ir ver os nossos amigos que também tocam.

Metal Stage – Não sendo o vosso som propriamente Metal, bastas vezes o vosso nome aparece ligado ao circuito. Na vossa opinião a que se deve isso?

Johny – Para quem fizer uma pesquisa no google verá que aparecemos varias vezes associados a bandas de metal ou conotadas como metal.

Bruno – Há aqui também uma questão interessante, que eu notei pessoalmente. Sendo o membro mais recente, o primeiro contacto que tive com a banda foi através do EP. No entanto, quando assisti ao 1º concerto ao vivo notei que o som é um pouco mais pesado, mais “cheio”.

Metal Stage – Por exemplo já vi vosso nome em sites e fóruns ligados ao metal.

Johny – De facto quanto aos fóruns é normal porque certas vezes queremos chegar a todo o lado não nos interessa onde (risos). De facto no inicio da carreira associámo-nos um pouco a bandas de metal por serem alguns dos nossos contactos da altura, vimos no entanto que não nos adequávamos muito e agora tendemos a fugir mais. Apesar de o metal continuar sempre a ser uma das nossas influencias, sabemos que destoamos um pouco dentro de um evento só com bandas de metal.

Bruno – Sim mas agora que eu cheguei e isso vai mudar. Tou a brincar.

Metal Stage – Uma dos aspectos que me despertou atenção foi o facto de cantarem em Inglês e Português. Porquê?

Johny – Iniciamos a banda a cantar apenas em Inglês mas aos poucos músicas em Português foram saindo e nós decidimos seguir esse caminho também porque para nós fazia sentido e acho que nos dias de hoje faz sentido a quase toda a gente. Vivemos num mundo onde ouvir Inglês e Português é quase igual, tudo é bi-lingue. Somos bombardeados com a língua internacional que é o inglês mas temos orgulho em ser portugueses.

Metal Stage – Portanto isso será para manter futuramente?

Johny – Claro, enquanto nos for permitido, assim o será. Pois é essa a nossa escolha. O Inglês chega mais longe, mas o Português toca-nos mais perto.

Metal Stage – Como é que desenvolvem o vosso processo de composição? Haverá algum ou alguns elementos com maior preponderância no processo criativo? Ou todos têm a mesma responsabilidade?

Johny – Todos têm o mesmo direito de trabalhar e de apresentar propostas somos muito democratas nesse aspecto, mas até hoje a maioria das musicas sairam de três membros. Eu, o Ricardo e o Tiago. No entanto a composição seguinte, ou seja o pegar na musica em bruto e dar-lhe uma forma requintada cabe a todos em conjunto e cada um individualmente.

Ricardo – Cada um desenvolve a sua parte em casa e depois em estúdio montamos tudo. Ou quando temos alguma ideia, gravamos, de seguida enviamos uns aos outros e cada um vai acrescentando a sua parte.

Johny – Não somos de todo daquelas bandas que param para compor, as composições vão-nos saindo e vão sendo trabalhadas.

Metal Stage – Inicialmente, começaram com uma única voz. mas com o desenvolver da vossa actividade optaram por uma segunda voz. Desta feita feminina. Porque?

Johny – Eles achavam que eu cantava mal (risos). No gozo, espero eu.

Bruno – Eu não me pronuncio, não sou dessa fase.

Ricardo – Ele propôs termos duas vozes na banda e fizemos uma experiência com uma voz feminina, entretanto gostámos do que ouvimos, achamos também original e assim ficou.

Johny – Apesar de muita gente não compreender a ideia dos dois vocalistas permite certas coisas. Que um só vocalista com back vocals, não permite.

Metal Stage – O tema “Fomos Herois” tem uma conotação socio/politica muito forte. Vocês têm uma visão assim tão negra de Portugal?

Johny – Ui (risos). Essa letra é da minha autoria, foi a minha primeira letra em português.

Ricardo – Johny tens uma explicação a dar ao Pais (risos).

Johny – (Risos) A ideia que pretendia passar não era a negativa mas sim a contrária. Sou um rapaz positivo. Quis mostrar os podres mas dizer que há esperança e esse é o tema essencial do “Fomos Heróis”. Que há um herói em cada português. Basta não se esquecer disso, porque o fomos podemos voltar a ser. Basta lutar e seguir o sonho, se me permitem.

Bruno – Safou-se bem

Metal Stage – Curiosamente, quando da apresentação do Ep, deram a conhecer o video-clip de “Segue o Sonho”. Como surgiu este vídeo?

Johny – Bem, esse vídeo devo dizer que deu um trabalhão do caraças. Basicamente nós quando estávamos a gravar o EP fomos gravando algumas coisas e tínhamos uns 3 Dvd’s de imagens. Achámos que faria sentido mostrar como seguimos o nosso sonho para vídeo-clip daquela musica. É Home made como é óbvio, mas acho que até saiu bem. Foi a nossa maneira de comemorar o nosso aniversário.

Metal Stage – Quem estiver interessado em adquirir o vosso Ep, como o poderá fazer?

Johny – Ou vai a um concerto nosso e dirige-se a algum dos membros para o adquirir ou então podem encomendá-lo pelo nosso site.

Metal Stage – Um dos aspectos do vosso som é que ele “flutua” entre o rock melodico, mais acessível e rock mais pesado e até mais elaborado. Este binómio será para manter ou deverão dar preferência a uma dessas vertentes?

Johny – Quanto a isso acho que só o tempo dirá, penso que o iremos manter mas talvez tentar equilibrá-lo um pouco mais, fazer uma linha de sequência mais racional mas creio que se irá manter sim.

Metal Stage – Relativamente a editoras, já surgiu algum contacto?

Johny – Nós já contactámos várias (risos). Mas até agora ou nos foi dado um não como resposta ou a resposta não surgiu de todo. Por isso ainda não houve nenhum contacto concreto.

Metal Stage – Mas quem vos deu o não como resposta em que aspectos se basearam?

Bruno – Talvez se um dos membros entretanto entrar nos “Morangos com açúcar”…. (risos)

Johny – Usualmente congratulam-nos pelo nosso som e pelo nosso trabalho mas referem que ainda assim temos muito trabalho a desenvolver e que temos de trabalhar mais e ganhar mais experiência. O que nós compreendemos.

Metal Stage – As desculpas do costume…

Johny – Dado que eles se baseiam no nosso EP para nos avaliar, EP o qual mesmo para nós já está um pouco datado e desactualizado em termos de qualidade, por exemplo.

Ricardo – Temos muitas bandas com trabalhos bastante elaborados e também não conseguem nada.

Johny – Mas não perdemos a esperança de nos voltarem a contactar e acreditamos imenso no nosso projecto. Sabemos que temos direito a um espaço nesta montra nacional.

Metal Stage – De certa forma esse contacto com as editoras acaba por positivo…

Johny – Claro. É aprendizagem. É critica profissional.

Ricardo – Creio que aqui em Portugal as editoras só pegam em projectos que lhe dêm garantias de muito dinheiro.

Johny – O que o Ricardo diz também é verdade, o factor dinheiro é muito importante para muita gente.

Metal Stage – Ultimas palavras para os nossos leitores.

Bruno – A malta que esteja atenta, porque estes rapazes sao do mais pro-activo que tenho visto.

Johny – E já agora sigam o vosso sonho e ajudem-nos a seguir o nosso. Venham-nos ouvir porque não têm nada a perder, a menos que comprem qualquer coisa (risos).

Os PitNoise são:

Chris – Voz
Johny – Voz
Lança – Baixo
Bruno – Guitarra
Ricardo – Guitarra
Tiago – Guitarra

Website:

http://pitnoise.pt.vu/

MySpace:

http://www.myspace.com/pitnoise

YouTube:

http://www.youtube.com/user/Pitnoise

Hi5:

http://pitnoisemusic.hi5.com/

Mail:

pitnoise@gmail.com

Telemovel:

917696427 e 963253269

15
Mar
07

À conversa com: Painted Black

daniel2.jpgluis2.jpg

Com ‘The Neverlight’ (2005) revelaram-se uma das bandas mais promissoras dentro do espectro doom/ambience nacinal, voltam este ano com um registo mais maduro e mais pesado, ‘Verbo’.

Luis Fazendeiro faz um balanço dos primeiros anos dá as suas impressões sobre o novo trabalho.

1 – O processo de formação dos Painted Black deu-se inicio com os My Sad Soul em ’98 mas só em 2001 é que surgiram os Painted Black. Como foram esses tempos?

Na realidade, os My Sad Soul nunca chegaram a ser uma banda ou projecto, e sim a nossa fase de aprendizagem na música. Comecei a tocar guitarra (acústica) em 98 e o Daniel também começou a aprendizagem dele como vocalista na mesma altura. Foram os tempos das composições das nossas primeiras músicas, e como referi, de muita aprendizagem, que culminaram em 2001 com a formação da banda.

2 – Foram precisos 4 anos para os Painted Black lançaram um primeiro registo, ‘The Neverlight’. Foi preciso tanto tempo de maturação? Digo isto porque actualmente uma banda com um ano ou menos já tem um registo disponivel…

Foram muitos os factores que levaram a que só no final de 2005 lançássemos o primeiro registo. O tema DeadTreeSong foi gravado no início de 2003, e o nosso objectivo na altura era gravar mais 2 temas para incluir numa maqueta de apresentação. Mas essa ideia nunca foi finalizada, por opiniões divergentes entre os membros da altura e também problemas em trabalhar os temas porque não conseguíamos um local de ensaio estável. Alguns membros chegaram mesmo a sair e tivemos muitos meses inactivos porque não tínhamos local de ensaio, e uma banda incompleta. Juntando a isto, a falta de meios financeiros necessários levou a que só em 2005, com uma formação completa e estável, concluíssemos o nosso primeiro registo, que acabámos por transformar num demo/EP.

3 – Conseguiram alcançar os objectivos delineados com o lançamento de ‘The Neverlight’? Ou o feedback ficou aquém das vossas expectativas?

O objectivo principal era somente o de promoção, e começar mais seriamente a nossa afirmação como banda no underground português. Entre 2001 e 2005, a banda teve apenas projecção a nível regional, dando um total de uma dezena de concertos em bares locais, e festivais Rock da região. O ano de 2005 marca realmente o ano de exposição do nosso trabalho e do nosso nome a nível nacional. Todas as críticas e feedback que tivemos a esse primeiro trabalho foram todas positivas, algumas bastante lisonjeadoras, o que naturalmente motivou-nos e deixou-nos bastante satisfeitos. Para além disso, alguns dos temas do “The Neverlight” passaram na rádio, em alguns programas de autor dedicados ao rock e metal e participámos em 2 compilações. O balanço é claramente positivo!

4 – Tentando porem-se um pouco na pele de ouvinte e não como compositores que diferenças em termos de som podemos encontrar entre ‘The Neverlight’ e ‘Verbo’?

O “Verbo” é claramente um registo com mais peso, relativamente ao anterior, por isso diria que a principal diferença é essa. Para além disso, o som está mais trabalhado e rico. O nosso trabalho de estúdio foi mais proveitoso, e a experiência que ganhámos do outro registo ajudou-nos a isso mesmo. Apesar de aquilo que leva ao nascimento das músicas seja algo mais pessoal e esotérico, temos a consciência que é preciso aprender regras e metodologias para apresentar algo decente às pessoas.

5 – Porque é que decidiram pela masterização nos Rec’n’Roll?

Queríamos que a evolução em termos de composição e da própria maturidade da banda fosse acompanhada também por uma evolução do lado da produção. O Luís Barros é um produtor com provas dadas, e dada a oportunidade e condições para trabalhar com ele, aproveitámos de imediato.

6 – Como surgiu a participação de Mark Kelson no tema ‘NightShift’?

O Mark é uma das minhas maiores influências, em termos de guitarristas e compositores e tenho a felicidade de falar com ele há já algum tempo. Na altura do processo de gravações, ele mostrou interesse e disponibilidade em participar no nosso pequeno lançamento, e prontamente aproveitámos! É um sonho tornando realidade e é uma experiência que irei guardar para sempre. Criámos uma relação de amizade apesar da distância, e ele gravou tudo na Austrália, por isso apenas tive que juntar tudo em casa. Aconselho a todos que oiçam as duas bandas dele, The Eternal e Insomnius Dei, cujo álbum de estreia vai ser lançado pela Firebox Records no Verão.

7 – Como estão os Painted Black de concertos? Tenho a sensação que dão poucos concertos…

Realmente não posso dizer que damos muitos, mas temos conseguido tocar todos os anos, o que é bom. Os últimos concertos que demos foram em Dezembro na cidade da Covilhã, e em Janeiro no festival “Metal Horror Picture Show” no Fundão. Já temos um par de datas confirmadas mais para o meio do ano, e estamos à espera de mais respostas a propostas. Quando tivermos datas 100% confirmadas iremos colocar no nosso site e também no nosso myspace, para que as pessoas se possam informar onde nos podem ver actuar.

8 – Como estão a promover e a divulgar o novo registo? Em em termos de distribuição?

Estamos a enviar o CD a webzines e revistas nacionais dentro da área, como também para o estrangeiro, para publicações online de metal/rock. Também já enviámos o “Verbo” para programas de rádio e sei que no programa “Sinfonias de Aço”, da rádio Barcelos, temos tido algum destaque, o que é muito bom. Em termos de distribuição, para além da venda directa nos concertos, estamos a disponibilizar o CD através do nosso site (www.paintedblack.no.sapo.pt) e da webzine (www.gigreports.info).

9 – Ainda não houve quaisquer contactos com nenhuma editora? Em que termos?

Não houve muita insistência nessa área, mas ainda chegámos a contactar uma editora. Infelizmente não tivemos sorte, mas sabemos que temos de continuar a trabalhar e o feedback não foi de todo negativo. Neste momento não ponderamos sequer contactar mais nenhuma editora, e vamos promover e divulgar o nosso trabalho da melhor maneira possível.

10 – Ultimas considerações…

Primeiro de tudo, quero-te agradecer por todo o apoio e disponibilidade, a nós, como a todas as bandas que passam pelo Metal Stage! Obrigado a todos os que disponibilizaram o seu tempo para ler esta entrevista. Todos os interessados podem visitar o nosso site oficial em http://www.paintedblack.no.sapo.pt, para se manterem a par de concertos e novidades. Saudações a todos!

13
Mar
07

Á conversa com: Dethmor

453639166_m.jpg

Atendendo lançamento da promo ‘Roswell 47’ conversamos com o baterista dos Dethmor, Patrick. Aproveitamos também para fazermos um balanço da carreira da banda.

1 – Os Dethmor contam com cerca de 10 anos. No entanto apesar dessa longevidade a banda não tem tido uma grande relevancia dentro do underground nacional. Concordam? Porque?

De certa forma tem o seu “que” de correcto quanto á relevância, talvez por ser-mos realmente do dito “underground”, por outra palavras, os “amigos” não são muitos e os conhecimentos para nos facilitar a vida também não, claro que ao longo do tempo temos conhecido pessoas e bandas que nos vão dando uma ajudinha em obter concertos. Por outro lado não teria sentido andar-mos a promover uma banda sem conteúdo como se vê em alguns casos no nosso meio. Também o facto de estarmos mais preocupados em fazer ensaios e compor para obter o mínimo de preparação e material para apresentar ao vivo ajudou bastante na evolução quer musicalmente quer pessoalmente. Desde o inicio foi sempre um passo ante passo no aprender e desenvolver e o facto de sucessíveis mudanças de line-up nos princípios fez com que atrasa-se muita coisa, mas serviu para ter-mos a tal evolução conjunta como banda.

1.1- Que balanço fazem da vossa carreira?

O balanço actual é estável, alguns contratempos, mas isso qualquer banda tem, mas de facto não nos podemos queixar, estamos como queremos e fazemos como queremos aquilo que queremos basicamente. Com gosto, vontade e dedicação.

2 – O vosso primeiro registo (a demo Rehearsal Tape) apenas surgiu em 2002, portanto cerca de 5 anos após a constituição da banda. Porquê tanto tempo?

O factor line-up instável na altura teve muito em conta quanto a isso e prejudicou em certos aspectos mas também beneficiou noutros.
Vendo bem a banda atingiu estabilidade em 2003 apenas, daí que em 4 anos ter-mos duas demos e uma promo não é mau de todo.

3 – Continuando na mesma logica da questão anterior. Voces têm apenas 3 registos. Um pecúlio curto para 10 anos de carreira….

Temos alguns exemplos de bandas nacionais, uma com mais de 25 anos de existência e conta com 7 álbuns, bandas com o mesmo tempo de existência que nós com 2 álbuns. Talvez por hoje em dia ser mais fácil alguém gravar algo, quer sozinho quer com banda, torne o factor tempo um pouco longo no nosso caso, mas não é a nossa opinião, foi um longo processo de adaptação e evolução, e acredita que ainda nem a meio caminhoPatrick vamos.
Lá está, a banda atingiu estabilidade na formação em 2003 e daí até á actualidade ter mos duas demos e uma promo não é mau de todo.

4 – Porque este promo de tributo a Hipocrisy? Porque não um trabalho de originais? Quando pensam editar esse trabalho de originais?

O ano de 2006 seria para se gravar e lançar um Ep de 4 originais, mas falamos e concluimos que era preferível esperar mais um tempo, preparar, selecionar e gravar algo com mais temas, possivelmente em formato de álbum em 2007. A promo com o tributo a Hypocrisy surgiu como uma ideia, e tributo, a uma grande banda que influenciou outras bandas por todo mundo. O tema ‘Roswell 47’ já o costumamos tocar ao vivo, porque não o gravar? Gravamos e juntamos o tema original ‘Burial Flames’ regravado em 2006 da demo Demo-Nized que também aparece na compilação de bandas de metal nacional da WebZine Lusitânia de Peso.

4.1 Já têm algum material novo? Se sim, em termos sonoros estará na onda de Demo-Nized?

Mal de nós se neste tempo todo não teriamos material novo! Temos sim, estão numa linha diferente dos temas da Demo-Nized, mais rápidos, mais pesados e com um pouco mais de experiência. (A tal evolução que mencionei antes). Contamos com mais de 10 temas originais novos e actualmente temos já um outro tema na forja quase pronto. A linha mantêm-se agressiva com partes rápidas e melódicas, vocalizações graves e rasgadas.

5 – Como estão de actuações ao vivo? Tenho a sensação que vocês dão muito poucos concertos…

Não damos quantos gostariamos de dar, mas isso dá-se ao factor “conhecimentos” , mas como referi antes as coisas vão-se compondo ao longo do tempo, dado que vamos conhecendo excelentes pessoas e bandas, actualmente contamos com a ajuda de um grande amigo da banda que nos tem ajudado bastante na angariação de concertos e interacção com outras bandas do meio, o que é excelente! Mas actualmente os locais também não são muitos, ou não compensa a deslocação ou então “abusam” um pouco quer das bandas quer do público. Mas temos vindo a assistir ao aparecimento de novos locais e novas oportunidades para bandas de metal o que é muito bom!

6 – Que projectos têm os Dethmor em termos de médio prazo?

Basicamente é compor, tocar ao vivo, gravar mos um registo de originais este ano e promover o mesmo.

7 – Qual a vossa opinião sobre o movimento underground nacional?

O movimento em si até é bastante, mas infelizmente é mais a quantidade do que a qualidade, vê-se mais projectos do que bandas em si. Vê-se muito o querer fazer por fazer e o crescimento de projectos tem vindo a crescer. Por outro lado não é mau de todo, mostra algum empenho e gosto comum, mas nem sempre é saudável, e o dito underground tem vindo a perder o próprio nome á já algum tempo. O que é o underground realmente na actualidade?
Fora isso temos bandas que estão a crescer rapidamente, algumas talvez rápido até de mais, acabam por atingir a estagnação e desinteresse de quem ouve/vê, mas de facto excelentes bandas estão a aparecer, com vontade e dedicação! Esperemos que sejam para valer.

8 – Gostariam de acrescentar algo á entrevista?

Claro! O agradecimento á Metal Stage pelo interesse e entrevista a Dethmor! Bem hajam e continuem a promover o som nacional!

22
Fev
07

Á conversa com: Thee Orakle

semana-caloiro-2006_1-7.jpg

Na vespera do lançamento do Ep ‘Secret’ convidamos os Thee Orakle para uma antevisão do trabalho, um balanço da sua carreira e um levantamento sobre as perspectivas futuras.

Aqui fica o resultado.

1 – Porque é que os Thee Orakle apesar de se formarem em 2004 só em finais de 2006 a bañda começou a granjear algum relevo dentro da cena nacional, quando a qualidade da banda me parece justificar uma emancipação mais precoce? Como foram os primeiros tempos dos Thee Orakle?

R: A banda Thee Orakle formou-se em Novembro de 2004, mas só em Março de 2005 é que o line-up da banda ficou completo com a entrada dos dois actuais vocalistas. Nesse mesmo mês o colectivo começou por gravar uma Demo na Fast Forward Studios com cinco temas que ficou concluída em Maio. O Primeiro concerto deu-se em meados de Julho desse mesmo ano. A banda demorou cerca de meio ano a actuar pela 1ªvez, mas deve-se ao facto de nos sentirmos devidamente preparados para apresentar um bom espectáculo e não tocar por tocar; sabendo que se fosse mais cedo a banda não teria o mesmo impacto, nem tanta coesão, o que seria normal. Só em 2005 é que tivemos realmente mais convites e contactos para espectáculos, por isso é normal que só em meados de 2006 a banda tenha começado a ser conhecida e mostrar relevo dentro da cena nacional. No geral a banda tem pouco mais de ano e meio…

2 – A banda sofreu algumas alterações no line-up durante a sua existência, a que se deveu essas alterações?

R: Estas alterações deveram-se ao facto de tentar encontrar mais equilíbrio e estabilidade, tanto a nível musical como emocional. E com a entrada dos novos elementos (guitarrista e baixista) coincidência ou não foi mesmo isso que aconteceu…
Neste momento a banda está mais unida do que nunca…

3 – Há uma certa tendência em rotular os Thee Orakle como uma banda de Metal Gótico. Tal conotação me parece insuficiente, pois o vosso som vai além disso…Correcto? Até que ponto?

R: Alguém nos rotulou um dia de Metal Gótico, e com uma certa ingenuidade aceitámos. Por um conjunto de pormenores que até a nós nos levava a não conseguir definir por palavras o som que fazíamos adoptamos esse “título”, no entanto, e como é sabido, já muitos foram os que se dirigiram a nós para que esse “título” fosse retirado…
Foi o que fizemos e com a opinião de muitos definimos que fazemos actualmente um som mais ligeiro mas muito ecléctico, onde a nível de exemplo pontificam algumas passagens Death / Doom, é claro que nos teclados podemos encontrar passagens góticas, mas a nossa voz feminina nem tem muito que ver com a colocação gótica do habitual. Temos um conjunto de temas revelador da qualidade e traquejo já alcançados pelo tempo de palco e estúdio que apesar de não ser assim tanto, foi sempre muito intenso e bem aproveitado!

4 – Vocês estiveram como certos no Seixal Metal Fest e acabaram por não actuar no evento. O que falhou?

R: Sinceramente até nós gostávamos de saber o Porquê! (risos)
Mas é um assunto que já faz parte do passado e felizmente os Thee Orakle têm bastantes convites e outros sítios para mostrar o trabalho efectuado…

5 – Depois veio a participação e vitória no Ga-Rock. Como classificam e descrevem esta experiência?

R: Foi uma experiência bastante positiva, cuja organização nos tratou com muito respeito e ofereceu-nos óptimas condições para proporcionar um bom espectáculo.
A vitória essa deve-se ao desempenho e evolução do trabalho que realizamos em 2006.

6 – Foram também selecionados para uma SWR Warm up, que geralmente conta com bandas mais extremistas… Estavam á espera deste convite? Como correu a actuação?

R: Para sermos sinceros não estávamos à espera deste convite dado ao facto de realmente a banda não ser das mais extremistas. Mas se a organização nos convidou é porque à partida conta connosco.
A actuação correu bastante bem, focámos mais os temas que compõem o EP “Secret” e ainda houve tempo para apresentar um tema novo, que teve bastante feedback por parte do público presente. Em suma foi uma noite óptima…excepto o temporal lá fora (risos).

7 – Agora segue-se… ‘Secret’, Ep composto por 6 faixas. Que podemos esperar deste Ep? Em termos sonoros e não só.

R: Este Ep é o culminar de quase dois anos de trabalho, do qual a banda espera puder alcançar mais relevo no metal nacional.
São cerca de 35 minutos onde a banda pretende demonstrar uma evolução desde a Demo gravada em 2005.
Quando ouvirem “Secret”, não vão poder dizer que ouviram canções semelhantes; existem canções com melodias agudas e mais calmas como a Secret, e outras diferentes e mais pesadas como a Emptyness. Ainda acrescentando, temos influências e melodias tribais na My Queen of Creation, porque quisemos adicionar mais variedade ao material do Ep.

8 – O Ep foi trabalhado na Fábrica do Som com um vosso conhecido, Daniel Rodrigues. Porquê esta opção pela Fábrica e pelo Daniel? Como correu as gravações?

R: Optamos por gravar o Ep nos estúdios da Fabrica de Som, porque a relação preço/qualidade para um trabalho de estreia eram as ideais, visto ser um trabalho editado pelo próprio autor, eram as condições que mais se enquadravam nas nossas possibilidades financeiras. Por sua vez a escolha do Daniel para a gravação e produção do Ep, deve-se a ele ser um conhecedor dos sons da banda, bem como ter feito parte integrante do colectivo ao vivo como técnico de som, sem esquecer claro toda a amizade que temos!

9 – Já têm agendados um naipe interessante de eventos para a promoção de ‘Secret’, inclusiva uma actuação no Metal Total em Zamora (Espanha). Como surgiu este concerto em Espanha? Até quando pretendem promover o Ep?

R: Surgiu de um simples convite feito na Internet, a organização deste festival estava interessada numa banda portuguesa ( de preferência da zona Norte) que se enquadrasse na sonoridade que eles pretendem apresentar no Festival Metal Total.
Este convite é sem dúvida uma oportunidade de promovermos o nosso trabalho no país vizinho, já que a organização mostrou ainda maior interesse quando soube que íamos lançar o EP. Pretendemos promove-lo, dando o maior número possível de concertos de Norte a Sul do país, até ao final do ano.

10 – Quais os objectivos traçados com o lançamento de ‘Secret’?

R: Com o lançamento de “Secret”, pretendemos acima de tudo cimentar e fomentar o nosso nome no panorama do metal nacional, antes do lançamento a nossa sonoridade era um segredo, agora vai estar á vista, melhor dizendo, nos ouvidos das pessoas, e que sejam muitas!?!(risos)
Um dos objectivos primordiais dos Thee Orakle é arranjar uma editora que nos dê o devido valor e reconhecimento e que leve o nosso nome mais longe, com mais apoio e condições para um futuro trabalho, pois já temos alguns temas na algibeira para o primeiro registo de longa duração, um sonho que será tornado realidade!…

11 – Como vão a promover e divulgar ‘Secret’ no estrangeiro?

R: Visto “Secret” ser uma edição de autor, tivemos e temos alguns problemas á priori na divulgação no estrangeiro, o que é normal! Mas apesar de tudo, temos alguns convites de rádios estrangeiras, na América, e mais recentemente vamos enviar o Ep para uma rádio na Inglaterra da qual consta um programa só de música portuguesa, através daí e de outros contactos vamos fazendo o possível e o impossível, mas tendo o Ep nas mãos será tudo mais fácil. Entretanto já foram feitas algumas reviews da nossa Demo´05 por site estrangeiros, e até web-designers já tentaram contactar-nos para trabalhar connosco.
O nosso myspace: http://www.myspace.com/theeorakle ajuda em muito à divulgação lá fora, e somos variadas vezes surpreendidos com propostas e comentários alucinantes!

12 – Não sei se têm reparado, mas a Metal Stage tem publicado algumas entrevistas e opiniões sobre o Underground Nacional. Inclusivé algumas opiniões têm levantado celeuma. Que opinião têm vocês sobre o Movimento Underground em Portugal?

R: Movimento Underground Nacional, a velha questão que todos querem perguntar, e todas as bandas ficam sem saber o que responder…!
Estamos perante um movimento que tem crescido e tem sido bem e cada vez mais divulgado, por webzines como a Metal Stage…
Talvez o movimento até pudesse já ter atingido maiores “voos”, mas cada vez mais bandas nacionais atingem feitos de louvor. Se bem que quando algumas ambicionam ou já atingiram concertos ou editoras no estrangeiro, o pessoal critica e age um pouco descriminatoriamente……falta perceber se é ca no nosso país, que somos obrigados a subsistir!?

13 – Que bandas nacionais destacam pela positiva e porque motivo?

R: Inevitavelmente, Moonspell, porque até que enfim foi-lhe reconhecido e dado todo o seu valor; estatuto esse que a nosso ver já o deviam ter há bastante tempo!

14 – Para terminar. Ser membro de Thee Orakle é…

R: ….é acreditar num projecto, num mundo que nos fascina, nos faz sonhar, faz-nos sentir nós mesmos; caminharmos num só sentido, para um melhor rumo, irmos mais além no mundo da música!…

03
Fev
07

À conversa com: Belladonna

belladonna3.jpg

Aclamados por alguma imprensa como uma das grandes bandas italianas em futuro próximo, fama essa que já lhes granjeou presença no Uk’s Festival. Seu som, batizado por eles próprios de Rocknoir, trata-se de hard/glam/goth rock, de cariz melódico, carregado de emotividade. O guitarrista e co-fundador concedeu-nos uma entrevista, que conta como foram os primeiros tempos da banda, quem são os Belladonna e deixou-nos algumas pistas sobre seu futuro.

1 – Falem-nos dos vossos primeiros dias. Quem são os Belladonna?

Belladonna é uma criação minha e da Luana: quisemos juntar a mais erótica, romantica e noir (negra) banda de sempre, e tivemos muita sorte, em encontrar musicos extremamente valiosos como a Alice, Tam e Alex para nos ajudar a tornar o nosso sonho realidade.

2 – Belladonna é um nome muito sui-generis para uma banda. Porque é que optaram por este nome?

Nós pretendiamos um nome com diversos siginificados: Belladonna pode uma cura, uma droga e um veneno mortifero. Também, em Italiano significada ‘mulher bonita’, dai que consideramos um nome interessante.

3 – O vosso som é dificil de descrever. Concordam? Como descreveriam a vossa música a uma pessoa que nunca tivesse ouvido Belladonna?

Nós escolhemos o termo rocknoir para definir o nosso estimulo musical, nós somos obviamente uma banda rock e sentimos que o termo “noir” descreve mistério, loucura, magia, e assassinato. Aspectos da nossa música.

3.1 – Quais são as vossas influências?

Musicalmente nós tentamos tocar aquilo que sentimos, que vem do coração, portanto não temos um género musical particular, nem tentamos soar como qualquer outra banda. No entanto, adoramos Led Zeppelin embora o nosso som não tenha nada haver com o que eles tocavam.

As influências não-musicais: Edgar Allan Poe é sem duvida a nossa principal influência. Um género verdadeiro.

4 – Os vossos temas, parecem ser um jogo de sedução e repulsa, de amor e ódio. Porque?

Bem, resulta um pouco daquilo que os Belladonna são:pode ser diversas coisas, de acordo com aquilo que és. O rock’n’roll é o resultado de um misto emoções e nós tentamos explorar todas as cores do arco-iris emocional com as nossas musicas.

5 – ‘Metaphysical Atraction’ é um album auto-financiado, produzido pelo Dani no seu estúdio caseiro. Não conseguiram encontrar nenhuma editora interessada no vosso trabalho?

O álbum é na realidade uma coleção de 11 temas of a 11 songs que nós quisemos demonstrar, nunca houve uma intenção de procurar uma editora para editar nosso trabalho. Após termos criado nossso perfil no MySpace o pedido para um álbum de Belladonna que decidimos avançar com este Demo-CD de 11 temas e decidimos denominar-lhe como “Methaphysical Attraction”! Nunca estivemos á procura de alguma editora e nem estamos. Se alguem estiver interessado em trabalhar comnosco sabem como nos encontrar…

6 – No vosso press-relase afirmam que sempre que o Dani e a Luana compoêm uma música, a banda grava o tema imediatamente. Porque?

Porque, tal como já disse, são 11 demonstrações: nós compomos uma musica, tocamos e gravamos, pois podemos ouvir nossos temas bem alto nos nossos auscultadores em casa!! Nunca pensamos que os temas se viessem a tornar parte de um álbum de sucesso!!…

7 – Qual o significados para vocês de serem a banda italiana mais ouvida no MySpace depois de Lacuna Coil?

Para nós foi um choque, todas as manha verificamos se realmente é verdade ou se não passa de um sonho!!… Estamos muito orgulhosos e contentes com isto, mas continua a parecer algo inacreditavel para nós!…

8 – ‘Metaphysical Atraction’ tem recebido optimas criticas nos magizines e web-zines europeus. Estavam nas vossas expectativas?

Para te ser verdadeiro, nós adoramoso álbum e sempre pensamos que se trata de uma grande colecção de grandes músicas, por isso estavamos á espera de uma boa reacção embora nada como a esta estupenda respostas dos média que temos recebido!…

9 – Falem sobre o UK’s L Festival. Soube que foi confirmada a vossa presença no espectáculo. Qual o significado deste Festival para os Belladona? Têm previstos outros espectáculos fora de Itália?

Terá lugar em 12 e 13 de Maio em Wolverhampton, em City Hall com 3,000 lugares sentados. Estamos realmente muito orgulhosos em nos terem dado a hipotese de participar neste grandioso Festival e mal podemos esperar em tocar lá. Provavelmente teremos mais algumas datas no Reino Unido na mesma altura.

10 – Uma das minhas faixas preferidas é ‘Black Swan’. É um tema muito forte, extremamente intenso. Transmite uma sensação de raiva. Gostarima de falar deste tema?

É um conto sobre vingança. Escrevemos sobre uma situação especifica: é sobre estar dado como morto e reaparecer com sede de vingança.

11 – Qual o voso tema preferido de ‘Metaphysical Atraction’?

Hey, são todos como nossas crianças e por isso não conseguimos uma preferência sobre um em detrimento de outros…

12 – Se uma editora estrangeira vos perguntassem sobre uma banda italiana interessante. Que banda(s) iriam sugerir?

Esta é uma questão complicada, somos amigos de algumas bandas italiana sem editora e não queriamos escolher uma, esquecendo-nos de outras. Sobre bandas não-italianas nós realmente adoramos os canadianos The Divine Madness.

13 – Quando termos a possibilidade de ver os Belladonna actuarem em Portugal?

Esperemos que em breve. Se algum promotor dai estiver interessado em organizar alguns concertos nossos em Portugal, agradecemos o contacto.

14 – Ultimas palavras para os leitores do Metal Stage…

Visitem o nosso perfil no MySpace (www.myspace.com/wwwbelladonnatv) e deixem um comentário: nós sempre respondemos a todos!!…

Belladonna são:

Luana – voz
Dani – guitarra
Alice – piano
Tam – baixo
Alex – bateria

Website:
www.belladonna.tv

MySpace:
www.myspace.com/wwwbelladonnatv

Contactos:
+39 348 3615727
info@belladonna.tv

30
Jan
07

À conversa com: Phazer

phazer-a_1020.jpg

Formados em 2004 e até á pouco tempo uns desconhecidos, com a edição do auto-financiado ‘Revelations’ os Phazer fizeram jus ao titulo do seu CD e tornaram-se numa das novas coqueluches da cena pesada nacional.

Conheça-os melhor pelas palavras do Vocalista Miranda:

1 – Os Phazer eram até á pouco tempo uma banda praticamente desconhecida pelo público, apesar de existirem desde 2004. Em 2006 surge ‘Revelations’ e tornam-se uma banda algo mediática. Como foram os primeiros anos de existência?

Claramente que isto nunca foi assim desde a génese da banda em 2004. Inicialmente não existia este tipo de expectativa, nem perto, inclusive inicialmente, o Gil (Guitarra), o Henrique (Baixo) e o Miguel Martinho (Baterista original) tinham ideias de formar uma banda de covers para fazer o circuito dos bares. Mas entretanto quando entrei na banda, defendi a criação de um projecto de originais e juntava-me ao grupo se assim fosse. E assim foi, e a partir daí começou tudo a crescer e a evoluir de forma muito natural até agora.

2 – Começaram a trabalhar no CD em 2004 e só em Junho de 2006 é que editaram ‘Revelations’. Porque tanto tempo? Houve alguns contratempos? Ou terá sido tudo feito de forma pausada dado vocês investirem bastante neste trabalho?

Na verdade nós entramos em estúdio em Junho 2005, ou seja passado um ano do primeiro ensaio da banda, estávamos a entrar em estúdio com uma selecção de meia dúzia de músicas para gravar. Creio que até trabalhamos bastante bem nesse aspecto. Os problemas a nível de tempo surgiram em estúdio, combinar a nossa disponibilidade com a disponibilidade do estúdio e dos produtores mais o extenso trabalho que o ‘Revelations’ teve, mais toda a questão do grafismo e impressão de produção das cópias, sendo que foi tudo feito por nós foi de facto muito mais tempo do que esperávamos. Mas foi uma experiência muito gratificante, pois aprendemos bastante de como funciona todo este processo, no qual não tínhamos qualquer experiência.

3 – Como está a decorrer a distribuição de ‘Revelations’? Através de que vias pode uma pessoa adquirir o vosso trabalho? E no estrangeiro?

Em termos de distribuição ainda não há muito para falar, visto que a distribuição do disco vai ser iniciada neste primeiro trimeste de 2007 a nível nacional. Fomos abordados por uma distribuidora (Sound of Silence) que declarou interesse em trabalhar com os PhaZer e distribuir o ‘Revelations’ numa primeira fase a nível nacional, numa segunda fase vamos estudar soluções para distribuir internacionalmente. Contudo actualmente o disco está digitalmente distribuído por todo o mundo em várias lojas online, como o i-tunes e CD Baby ou mesmo através do nosso website em www.gophazer.com.

4 – Porque é que decidiram apostar numa edição de autor e suportarem vocês os custos de produção? Não apareceu nenhuma editora interessada no vosso material ou porque as propostas não foram do vosso agrado?

A decisão de fazer do ‘Revelations’ uma edição de autor foi uma decisão tomada logo à partida. Não existiu nenhuma primeira tentativa de tentar apresentar o trabalho a editoras. Nós assumimos o estado de inexperiência que tínhamos neste processo e consideramos que assim, a custo próprio, teríamos uma boa oportunidade de aprender como tudo se processa e dessa forma ter todo o controlo da edição e de qualquer decisão tomada sobre ele. Agora no próximo trabalho já iremos procurar o suporte de uma editora para o produzir.

5 – Um dos aspectos que mais me cativou é a diversidade sonora no ‘Revelations’. Ora soam a Hard-Rock (na generalidade), Funk, Rock Fm, ou até mesmo Metal. Como explicam essa diversidade? Diferentes influências?

Creio que essa diversidade é o resultado do gosto amplo que temos em vários estilos musicais. Todos nós viemos do Metal de projectos anteriores, excepto o Henrique, esta é a sua primeira banda, e sentimos algum efeito conservador musical nesse meio, e sempre tivemos motivos de abrangência musical quando formamos os PhaZer, usar o que aprendemos no Metal que foi uma excelente escola para nós para fazer um rock ainda melhor, com mais força e mais ritmo. Mas é verdade que algumas diferenças de influências entre nós ajudou a fazer o ‘Revelations’ tal como ele é.

6 – O vosso trabalho está a ter óptima aceitação da crítica em geral, mesmo a critica estrangeira. Esperavam tamanha aceitação, ou estava nas vossas expectativas?

Tínhamos muitas expectativas face ao trabalho que depositamos neste disco, mas em modo de auto-defesa emocional estávamos preparados para que o ‘Revelations’ fosse mal recebido pela impressa. Foi de facto surpreendente, toda a impressa que olhou para o nosso disco não falou se não muito bem do nosso disco, inclusive figurou em algumas listas de melhores discos do ano 2006, tendo em conta que este disco tem pouco mais do que 6 meses de vida, como é óbvio ficamos bastante satisfeitos.

7 – A comercialização de ‘Revelations’ corresponde a tão boas criticas? Quantas cópias foram editadas? Pensam numa segunda edição?

Ainda é cedo para o dizer, pois só agora neste primeiro trimestre de 2007, o disco irá ser distribuído para as lojas nacionais, contudo tem havido bastantes vendas quer online quer nos concertos. Esta primeira edição foi de 1000 cópias, em relação a segunda edição, vamos ver, ainda é cedo para falar.

8 – Após a edição de ‘Revelations’ e tão boa aceitação houve contacto de alguma editora?

Tivemos contactos e propostas de empresas de management, promoção e agenciamento internacionais e nacionais, mas de editoras até agora não temos nenhuma aproximação.

9 – Já abriram para UHF. Como surgiu essa oportunidade e como decorreu a experiência?

O concerto onde abrimos para UHF foi um convite que nos foi feito pela organização do concerto, o portal agaragem.com. A experiência foi muito boa, acabamos por conhecer quer o António Manuel Ribeiro, quer os restantes músicos e Staff. Foi uma excelente experiência que esperamos ter mais semelhantes.

10 – Noto que vocês apostam muito na imagem. Não só na cover-art do álbum como na divulgação através dos média. Até que ponto esse aspecto é importante para vocês?

Achamos importante a questão da imagem, música não é só som, é um espectáculo que mexe com vários sentidos e sensações. A qualidade gráfica quer do disco quer a divulgação do nosso trabalho e noticias, pretendemos assim divulgar o som dos PhaZer com um convite mais apetecível e agradável.

11 – Até quando pensam em promover este trabalho na estrada? E quando pensam em começar em trabalhar para o próximo registo? Ou já têm alguns temas compostos? Se sim serão tão heterogéneos como em ‘Revelations’ ou já encontraram um “ponto de equilíbrio”?

Durante este ano 2007, pensamos continuar a promover o nosso disco com a ‘Revelations Tour 2007’ quer em palcos nacionais e internacionais. A gravação de um próximo trabalho esperemos fazê-lo no final desta tour, portanto entre o final de 2007, início de 2008 se tudo correr conforme o planeado. Sim, já temos material novo composto, e é um pouco dos dois, existem músicas ainda mais diferentes umas das outras e também músicas mais rock…como tu dizes, mais focadas num ponto de equilíbrio. Ou seja podemos aumentar o grau de heterogeneidade ou diminui-lo, ainda não decidimos como será. Logo se verá.

12 – Como foi surgiu a aposta nos estúdios Namouche. E sentem que é para manter? Como é trabalhar com o Quim Monte e o Fred Stone?

A gravação dos estúdios Namouche foi uma excelente oportunidade para os PhaZer, para nós era a primeira vez que cada um entrava em estúdio para gravar e entramos logo num estúdio onde os maiores nomes da música portuguesa já passaram. O estúdio tinha grandes condições, daquelas que só tínhamos visto na televisão, em filmes e documentários. Não consigo dizer se um dia voltaremos ao mesmo estúdio. Trabalhar com o Quim Monte e o Fred stone foi uma boa experiência, entretanto tivemos que regravar as baterias todas, e o Fred (baterista de Blasted Mechanism) prontificou-se a gravar as baterias de PhaZer, o que foi impressionante, ele tirou as baterias e em 3 dias estava pronto para as gravar, ficamos de facto boquiabertos pela excelente capacidade. O Quim foi sempre o homem que nos aturou de manhã à noite, a fazer noitadas nas misturas e masterização connosco. Foi um disco duro de roer…mas no final o resultado deixou-nos muito satisfeitos.

13 – Como surgiu o negócio com a AMK Legacy Music? Em que moldes surge esse acordo. Que benefícios esperam conseguir?

Este acordo com a AMK surgiu através de um troca de e-mails, enviamos os nossos mp3’s, depois o disco e depois chegou-nos a proposta e contrato, tudo à distância. O acordo firmado foi um acordo de promoção, inicialmente a AMK pretendia exclusividade mundial no que respeita ao booking de concertos, o que renegociamos para exclusividade unicamente na Alemanha. Aquilo que esperamos com este acordo é que o nome e a música de PhaZer sejam bem promovidos a nível mundial e com isso, que surjam boas oportunidades para tocar ao vivo.

14 – Não sendo o Hard-Rock um género propriamente actual, o que vos levou a apostar neste género musical. Dado as vossas influências serem bastante alargadas?

É aquilo que mais gostamos. Não acho que existam géneros musicais ultrapassados, o que existem, são ideias repetidas e isso acaba por saturar as pessoas. Qualquer estilo pode ser actual e interessante desde que tenha a sua dose de frescura. Não nos consideramos uma banda retro, nem achamos que estamos a revisitar os sons clássicos. Talvez, dar um toque pessoal e mais actual a essas nossas grandes e assumidas influências mais clássicas.

15 – Miranda, como é passar de um projecto de Death-Metal (Necrofily) para um de Hard-Rock com algum cariz comercial?

É obviamente bastante diferente. Os Necrofily acabaram por ser um projecto bastante promissor mas nunca acabou por sair da garagem. Existiram na altura algumas barreiras, desde do próprio conservadorismo do Metal até à própria industria que não existia na altura para permitir que fizéssemos música e aos próprios membros de Necrofily que não se entendiam. Ao fim ao cabo em Necrofily eu já começava a sentir uma tentação em juntar ao Metal um pouco de Rock, mas entretanto passado 4 anos em PhaZer acabamos por juntar ao Rock um pouco de Metal.

16 – Como é que se processa a composição dos temas dentro dos Phazer?

Como tem acontecido até agora, o Gil traz umas ideias de casa (riffs com uma estrutura já definida) e depois na garagem, nós todos fazemos os arranjos da música, eu encaixo uma linha de voz e só no final é que a Letra é escrita, a partir da estrutura da música composta e de alguns improvisos que saíram bem.

17 – Além dos Phazer, que outras bandas dentro do espectro musical nacional, aconselhariam a uma editora?

Tenho grande expectativa nos discos que vão ser recentemente lançados de f.e.v.e.r (4st – Fourst) e Madcab (Keeping Wounds Open), sendo o 1º álbum de cada uma das bandas. Os f.e.v.e.r já têm editora, mas não quis deixar de referencia-los como uma boa surpresa para 2007.

18 – Ultimas palavras, para os leitores Metal Stage.

Quero deixar um grande abraço dos PhaZer e deixar o convite para visitarem o nosso website em www.gophazer.com e fazerem download das nossas músicas disponíveis para quem ainda não conhece os PhaZer e espero ver-vos por aí num concerto por esse mundo fora! Keep Rocking with PhaZer!

Phazer são:

Mirada – Voz
Gil Neto – Guitarra
Henrique Martins – Baixo
Miguel – Bateria

E – Mail: info@gophazer.com
Site: www.gophazer.com

11
Dez
06

Á conversa com: The Ransack

smile_at_death_by_theransack.jpg

Após mais de um ano do lançamento de ”Necropolis’ a Metal Stage convidou Shore dos The Ransack e procurou saber dos projectos para futuro próximo.

1 – Para começar, podes fazer uma pequena retrospectiva da vossa carreira? E uma apresentação sobre quem são os The Ransack hoje?

Os The Ransack, têm inicio em 2001. A banda foi fundada pelo Jay e por mim (Shore). Houve algumas mudanças de formação, sendo que esta só estabilizou há um ano com a entrada do Loki para a Guitarra. Nessa altura já tínhamos lançado Chaotic que foi a primeira Demo, e Necropolis o primeiro EP. Nessa altura já tínhamos também o Zeus na Bateria.

2 – Mais de um ano após o lançamento do MCD ‘Necropolis’, podes fazer um balanço mais efectivo sobre este trabalho? Mudariam algum aspecto?

O MCD foi muito importante para nós. Era aquilo que podíamos fazer naquela altura, tendo em conta os diversos factores que o condicionavam. A única coisa que mudaríamos, seriam algumas colaborações a nivel de distribuição, que não foram muito felizes. Estámos neste momento a preparar o nosso primeiro Album e tentaremos não repetir os mesmos erros.

3 – Poucos meses após a edição do MCD sofrem uma alteração no line-up com a saída do Zorro e entrada do Loki. Como se processou essa alteração. Que influências directas ou indirectas essa mudança trouxe na orgânica da banda? E mesmo a nível sonoro?

Após a saída do Zorro, o Loki entrou de uma forma completamente natural. Ele já trabalhava conosco. Já tinha dado concertos. Toca muito bem. Conhecia os temas e era irmão do Jay. Nunca tivemos duvidas.

4 – Depois de uma demo, lançaram um MCD. Podemos agora esperar do próximo trabalho um registo de longa duração? Para quando pensam lançar esse próximo trabalho? Já têm algum material para esse novo registo? Se sim, o que se pode esperar em termos sonoros, algo próximo do ‘Necropolis’?

De facto o próximo trabalho será um longa duração e deverá sair durante o primeiro semestre do próximo ano. Serão 11 os temas que o integrarão. A gravação começará em fins de Dezembro. Apenas posso adiantar, que vamos apresentar uns The Ransack, mais rápidos e brutais. Talvez um pouco mais técnico e progressivo também, mas sem menosprezar a melodia. Essa é pelo menos a nossa intenção e é aquilo que esperámos atingir. A nossa secção rítmica está mais coesa que nunca e o trabalho de guitarras com a entrada do Loki permite muito mais textura e complexidade.

5 – Em que ponto estão os The Ransack em divulgação fora de Portugal? Fizeram alguns concertos, nomeadamente em Espanha…

Temos alguns contactos e amigos por lá. São sempre situações muito gratificantes e esperámos voltar lá e talvez até fazer uma distribuição lá.

Mas desta vez a fasquia será mais alta… queremos ir além de Espanha. Quer em concertos, quer em disco.

6 – Os The Ransack são uma banda que tem tido ao longo da sua carreira, actuações ao vivo com considerável regularidade. Consideram que existe em Portugal as condições para uma banda de metal actuar ao vivo com tamanha regularidade? Não só em termos de quantidade de espaços, como na sua qualidade e em termos de promoção a esses espectáculos?

No dia que deixar-mos de acreditar nisso, certamente deixaremos de o fazer. Por enquanto 80% ou mais do que os The Ransack são deve-se aos concertos que demos… e isso deverá ser para manter.

flesh_by_theransack.jpg

7 – Em relação a ti, Shore. Além dos The Ransack acumulas funções como vocalista dos Demom Dagger. Como consegues conciliar isso?

Fiz isso durante dois anos. Na altura só fazia o conservatório e tinha as duas bandas. Era um pouco exigente pois tinha ensaios todos os dias, mas era possível. Desde há cerca de um ano comecei a trabalhar e tive de abandonar os Demon Dagger. Foi uma pena pois tínhamos material para gravar pelo menos dois discos… Mas a vida é feita de prioridades e opções e a minha sempre foi claramente “The Ransack”.

8 – Parece que o movimento underground nacional tem vindo a crescer. Existe cada vez um maior numero de bandas, melhor promoção e mais meios de divulgação a essas mesmas bandas. Concordam? E esse crescimento parece-vos sustentado?

Pelo menos do meu ponto de vista, parece-me que sim cada vez são mais e melhores. Pode ser um ponto de vista distorcido pela minha evolução dentro da cena. Uma vez que não temos muito tempo nisto não posso comparar. Mas tenho certeza que há de facto coisas bastante interessantes no nosso país.

Os meios de divulgação ainda não são melhores, mas parece-me que há uma grande vontade de alterar isso.

9 – Quais os vossos projectos para 2007?

Album e Promoção.

10 – Ultimas palavras…

Obrigado Metal Stage pelo apoio e oportunidade. Obrigado a todos aqueles que têm demonstrado interesse no nosso trabalho. Estámos a fazer tudo para que o próximo disco seja o melhor possível. Prometo que daremos o nosso melhor.

Esperámos em retorno que nos dêm uma oportunidade seja em disco ou ao vivo, para ver aquilo de que somos capazes.

E não se esqueçam…

Death Lives in Us.

Hail Brothers